Relator da Comissão Processante contra o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), o vereador Rogério Varanda (PSDB) disse que nesta segunda-feira (29) ele, o presidente Wilson Kero Kero (PMB) e a vereadora membro Edna Sampaio (PT), para definir os primeiros que irão depor a favor do gestor cuiabano. À princípio, os intimados são o ex-secretário Milton Correa da Costa Neto e o ex-secretário adjunto Gilmar Souza Cardoso, ambos alvos de operações policiais enquanto faziam parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). 

“Vamos nos reunir hoje às 17h na nossa comissão novamente para darmos andamento às primeiras oitivas. Ouvir as testemunhas que o prefeito Emanuel Pinheiro passou para nós os endereços e os nomes e nós vamos intimar eles para serem ouvidos na próxima sexta-feira (3). Serão ouvidos de dois em dois, porque são 10 no total”, explicou Varanda ao portal Veja Bem MT. 

A comissão, aprovada por 16 votos a 8,  terá a responsabilidade de elaborar um relatório final, pela cassação ou não do mandato do prefeito que é acusado de integrar uma suposta organização criminosa instalada na Secretaria Municipal de Saúde, para supostamente, promover desvios de recursos públicos juntamente com outros três ex-secretários que já passaram pela Pasta. Gilmar Souza Cardoso, é investigado pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco), do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT), em uma ação que apura um suposto privilégio a indicados pelo prefeito Emanuel Pinheiro para aplicação da vacina da Covid-19, na capital, “furando a fila” de grupos prioritários. 

Já Milton Correa da Costa Neto foi alvo da Operação Curare, deflagrada pela Polícia Federal, em decorrência de atos de corrupção e lavagem de capitais, envolvendo o desvio de recursos públicos destinados à saúde de Cuiabá, na ordem aproximadamente de R$ 3 milhões. Questionado sobre, no momento, ser oposição ao prefeito e se isso poderia atrapalhar a forma de conduzir as investigações, Varando foi enfático ao negar.

“Não vai fazer diferença. Vamos fazer um trabalho que não vai prejudicar, não vai ajudar. O trabalho correto que tem que ser feito e respeitado pela população de Cuiabá”, garantiu o relator. Caso seja cassado, pelo Legislativo Municipal, Emanuel Pinheiro pode recorrer ao Poder Judiciário de Mato Grosso, na tentativa de retornar ao cargo.